Desde a manhã desta terça-feira (12) está oficialmente inaugurada a Rota Elétrica Mercosul, iniciativa realizada pela CEEE Equatorial em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A rota de pontos de recarga gratuitos para carros elétricos, que cobre todo o território gaúcho, conta com dez eletropostos. Na estação de Pelotas, uma das mais movimentadas da rota, foi celebrada a concretização do projeto, que vem sendo desenvolvido desde 2019 e recebeu investimentos de cerca de R$ 13,8 milhões.

Incentivada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a proposta é resultado do projeto de pesquisa Rota Elétrica Mercosul - Suporte ao Desenvolvimento e Gerenciamento para Mobilidade Inteligente, da UFSM. A gerente do projeto e analista do Grupo Equatorial, Ilana França, avalia que a rota era uma necessidade dos gaúchos. "Hoje, o Rio Grande do Sul está entre os dez estados com mais carros elétricos do Brasil. E, até então, não havia uma infraestrutura de mobilidade elétrica no Estado. Era importante criar essa infraestrutura para trazer desenvolvimento científico e tecnológico", observa.

Ilana explica, ainda, que o projeto vai além da instalação dos pontos. "Também temos feito captações de informações para entender o mercado e criar um modelo de negócios para a Equatorial, que já trabalha com energia", observa. Um dos diferenciais das estações é o carregamento rápido, que dura em torno de uma hora. Em média, estações com recarga semirrápida levam de quatro a oito horas e as lentas podem levar de oito a 12 horas. Todos os eletropostos já estão em funcionamento e, segundo a gerente, as estações de Pelotas e Eldorado do Sul são as mais movimentadas até o momento. O ponto de recarga pelotense fica no Posto Rede Energia, na BR-116, 1.520, próximo à barragem Santa Bárbara.

Estudos continuam

Para as equipes da UFSM, a inauguração oficial da rota também inicia um novo momento do projeto de pesquisa. "Primeiro idealizamos tudo isso considerando a autonomia dos veículos elétricos. Agora temos câmeras monitorando as estações e uma camada atrás das estruturas que nos diz o estado do carregador, quem está carregando, quanto carregou. Agora vamos ver realmente quanto estamos consumindo de energia, qual o fluxo e comportamento desses carros no Estado", explica a professora do curso de Engenharia Elétrica e responsável pelo projeto, Alzenira Abaide. A estimativa da docente é que a coleta de dados dure pelo menos um ano, período em que a gratuidade das recargas será garantida. No futuro, as recargas devem se tornar pagas.

Conexão internacional

Além do incentivo a sustentabilidade, o potencial impacto turístico da rota também foi destacado na inauguração. Além de possibilitar a travessia completa do RS em carros elétricos, a proposta também conecta o Brasil a diferentes países vizinhos. O trajeto possibilitará, por exemplo, viajar até o Uruguai, que já possui uma rota de estações de recarga. A partir do país vizinho, também será possível chegar a Buenos Aires, na Argentina, pela travessia do estuário do Prata. Também há a interligação com o Paraguai, seguindo pelas estações de recarga que já existem nas Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e da Companhia Paranaense de Energia (Copel).

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